15 janeiro, 2010

Discurso Orador - Computação UFMG 2009/2

Discurso do orador dos formandos em Ciência da Computação pela UFMG em 2009/2.

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Computação (dificuldades)

Creio que algumas pessoas acreditam que a parte mais difícil do curso de Ciência da Computação na UFMG seja o vestibular. Ledo engano. Como descrever para essas o quão complexos e extensos foram os nossos trabalhos (vulgo “TPs”)? Como fazê-las acreditar que passamos várias noites sem dormir, algumas em sequência, para terminá-los? Como expressar o sentimento de que estudamos mais para Cálculo 3 do que para o próprio vestibular?

Não, não dá pra explicar. Só quem viveu (ou vive) algo semelhante sabe do que estou falando. Acreditem, foi muito difícil. Fizemos coisas inacreditáveis para estar onde estamos. Lembro que, em dias de prova, nos encontrávamos a partir das 08:00hs no “Neverland 2” para estudarmos ininterruptamente até o horário da prova, normalmente às 13:00hs. O “Neverland” é o nome que damos à sala de estudos da Física, onde as luzes nunca se apagam e há sempre alguém se descabelando para alguma prova. Quantas vezes já chegamos antes da cantina se abrir, e saímos quando todas as luzes já haviam se apagado? (exceto a do Speed, claro). Este que vos fala já teve que, em mais de uma ocasião, fazer dos laboratórios do DCC, local de repouso.

Lama: É o nome que damos para esses momentos. Essa é uma palavra que nossos contatos do Msn/Gtalk/Twitter certamente estão acostumados... Aos que não sabiam, agora já sabem. Lama é isso. Isso é lama.

Sonhos

Mas é com muita lama que a gente constrói os nossos sonhos. Realmente, passar quase 5 anos de nossas vidas “na lama” não parece um bom negócio. E a pergunta clichê que nos vem a mente é: será que vale a pena?

Creio que somos movidos pelos nossos sonhos. Somos capazes de suportar as mais duras intempéries em prol da realização de nossos sonhos. Talvez, seja esse o caso de nossa formação.

No intuito de esclarecer isso, perguntei aos meus caros colegas quais eram seus sonhos. Recebi respostas surpreendentemente simples (e belas)!

Parafraseio meus colegas em suas respostas. O meu sonho é:

  • Formar uma família!”
  • Ter condições para educar meus filhos e ter saúde
  • Poder ficar perto dos meus pais”
  • Trabalhar com o que gosto”
  • Ganhar o suficiente para sustentar 7 filhos (!!!)
  • Ser dono do meu destino, à frente de uma empresa”
  • Ter uma casa na praia, de preferência no Havaí, e passar o dia na rede bebendo água de coco e vendo o mar”
  • Ser feliz

Esses são apenas alguns de nossos sonhos. Se apenas sonhássemos, seríamos meros sonhadores. Creio que nossa formação, esses 4 anos e meio que culminam nesse dia, seja um importante passo na direção de nossos sonhos, de nossa constante busca da felicidade.

Felicidade. Creio que é isso o que, no fundo, todos nós desejamos. Penso que para cada pessoa a felicidade reside em diferentes lugares, pois diferentes são os sonhos de cada um. Mesmo tendo diferentes destinos, percorremos juntos até aqui. E por fim aqui estamos: concretizando nossa formação – grande passo na realização de nossos sonhos! Certamente isso é motivo de muita felicidade, e é difícil descrever com que satisfação e orgulho vestimos essas becas. E respondendo a pergunta: Valeu muito a pena!

Fechamento

E então, que faremos? O futuro nos espera, e urge que tomemos decisões o quanto antes com relação a ele. Sei que alguns de nós já tomaram partido, continuando os estudos na UFMG. Outros, continuarão a exercer suas atividades nas empresas em que trabalham ou eventualmente começarão empreendimentos próprios. O pedido que deixo para aos meus caros e mui promissores colegas é o seguinte: o primeiro que ficar rico dê emprego aos demais.

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